15/02/05

OS MEUS POETAS - 11



Tu, a quem não digo que acordado
fico à noite a chorar;
tu, cujo ser me faz cansado
como um berço a embalar;
tu, que me não o dizes quando velas
por amor de mim;
diz-me: - Se pudéssemos aguentar
sem a acalmar
a pompa deste amor até ao fim?

Ora olha os amantes e o que eles sentem:
mal vêm as confissões,
qu?o breve mentem!

Só tu me fazes só. Só tu posso trocar.
Um momento és bem tu, depois é o sussurar
ou um perfume sem traços.
Ai! a todas eu perdi entre os meus braços!
Só tu em mim renasces, sempre e a toda a hora:
Por nunca te abraçaar é que te tenho agora.

(Rainer Maria Rilke - tradução dePaulo Quintela)

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