01/08/06

NOCTURNOS - 11



Já não conheço a noite, terrível anonimato da morte
No porto da minha alma ancora uma frota de astros.
Estrela da tarde, sentinela a refulgir na brisa
Celeste de uma ilha que me sonha
A proclamar de seus altos rochedos a alvorada
Meus dois olhos num abraço te acolhem com o astro
Do meu vero coração: Já não conheço a noite.

Já não conheço os nomes de um mundo que me nega
Leio as conchas, as folhas, os astros com clareza
Meu ódio é supérfluo nos caminhos do céu
A menos seja o sonho vendo-me cruzar de novo
Com lágrimas o mar da imortalidade.
Estrela do mar, sob o arco dourado de teus fogos
Já não conheço a noite que é só noite.

Odysseus Elytis

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