28/09/07

OMNIA VINCIT AMOR - 85



«Desejava duas coisas, a primeira era a possessão absoluta. A segunda era a lembrança absoluta que ele lhe queria deixar. Os homens sabem tão bem que o amor está votado à morte que trabalham pela memória desse amor durante todo o tempo que vivem. Ele queria deixar-lhe uma grande ideia de si mesmo a fim de que o seu amor fosse grande, definitivamente. Sabia, porém, agora, que ele próprio não era grande, que ela, mais cedo ou mais tarde, o viria a saber um dia, e que, cm vez da recordação absoluta, seria para ele pelo menos a morte absoluta. A vitória, a única vitória seria reconhecer que o amor pode ser grande mesmo quando o amante o não é. Mas ele ainda não estava preparado para essa terrível modéstia.»

«Há uma honra no amor. Perdida ela, o amor nada é.»

Albert Camus, Cadernos-III (excertos)

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