24/11/08

POETAS MEUS AMIGOS - 94



a chuva

(Aquellos ojos verdes)

A chuva distorce as luzes e as sombras,
e quase não se vê os rostos
do homem e da mulher que estão parados
na esquina, sob a marquise.

Talvez seja melhor assim;
pensar que os rostos ainda existem
porque a esquina ainda existe
e porque chove como antes.
Talvez seja melhor esquecer
que os rostos se desmancharam
como se fossem feitos de cera
ou de qualquer outra matéria pálida.

Daniel Francoy

Etiquetas:

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com Licença Creative Commons