02/09/11

DO FALAR POESIA - 132

NATUREZA



Uma grande tentação se oferece ao homem, a de exercer a sua capacidade mais superlativa e radical: criar. Eis porque não se trata de ver o poema. Paul Éluard dizia justamente que o poema consiste em dar a ver, em mostrar o mundo, em mostrar o que a quotidianidade nos dissimula e nos esconde a inanidade da vida. Dar a ver a realidade substancial do homem, o que a nossa precariedade, a nossa incapacidade, os constrangimentos da existência, nos furtam e o que nos escapa por sermos inaptos para responder directamente à exigência absoluta. Direi mais: não basta dar a ver. Trata-se de dar a criar, de um incitamento a se re-criar.
António Cabrita, cit em http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/



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